terça-feira, 30 de abril de 2013

Pesquisa de opinião

De acordo com as pesquisas realizadas  os especialistas das  escolas relataram o quanto é importante a presença destes para o ambiente escolar, pois, muitos profissionais que foram entrevistados sentem falta de um apoio nos projetos a serem realizados nas escolas, uma pessoa que os oriente nos caminhos a seguir para alcançar os objetivos de uma educação eficaz. Os professores sentem falta de uma  reflexão, discussão conjunta que os auxiliem nos processos práticos, para ultrapassar os desafios da educação básica.
Posto aqui perguntas para que vocês possam responder suas opiniões sobre as seguintes questões:
  • É necessário o cargo de Supervisor Escolar e Orientador Educacional nas escolas?
  • As funções realizadas por esses especialistas geralmente condizem com seus cargos?

Marcelly Moura Amorim

Contextualizando o fazer dos especialistas

A escola desde muito tempo responde ao interesse capitalista a qual a sociedade está inserida bem como sua organização e funcionamento. No corpo da gestão escolar foram introduzidos os profissionais da educação. O trabalho do supervisor escolar e do orientador educacional surgiu da necessidade da sociedade durante a história da formação dos profissionais da educação, que se inicia com a educação jesuítica e perpetua até os dias de hoje. Em virtude da revolução industrial e do trabalho de produção de bens ocorreu à fragmentação dessa área da educação assim, a atuação desses pedagogos na escola foram confundidos como uma "indústria" cada qual ficava responsável pela sua parte, os profissionais tinha uma visão tradicional eram apenas um mero reprodutor hierárquico de suas funções e ações sem pensar nos alunos, construiu-se uma educação  descontextualizada e fora do eixo principal que seria uma educação para a transformação social. 
Com grandes transformações no âmbito escolar e mudanças em leis educacionais à escola adquiri uma visão mais progressistas se fazendo entender que esse trabalho não pode se manifestar, nos dias atuais, de forma fragmentada, ou seja, o supervisor escolar se envolver apenas com os professores e o orientador educacional, apenas com os alunos. Hoje, diante da escola necessária para atender as demandas educacionais e sociais vigentes, o trabalho precisar acontecer de forma integrada, não apenas entre esses dois profissionais, mas sim, em conjunto com todos os segmentos da escola, principalmente com o diretor, professores e alunos.
O supervisor deve ter uma visão mais ampla de escola atendendo a todos da comunidade escolar trabalhando as diferenças, ser problematizador e aliado na busca de participação de pais e comunidade para uma educação mais participativa. O Orientador Educacional também além de reflexões, estudos  e estratégias para melhor o desempenho de seu aluno, deve buscar a realidade do mesmo para alcançar seus objetivos com êxito. Esses profissionais são importantíssimos na gestão escolar democrática contribuindo para acabar com as práticas individualistas e fragmentada de educação em busca de uma formação para a cidadania e pensamento crítico frente a sociedade.
 
Marcelly Moura Amorim



ESTE VIDEO TRAZ BOAS REFLEXOES SOBRE O PAPEL DO COORDENADOR PEDAGOGICO!

ATRIBUIÇÕES DO ORIENTADOR EDUCACIONAL 


Lidia Maria Kroth
Até que ponto estará o Orientador realmente consciente do seu papel, dos seus direitos e dever?
A consciência de si, e da realidade concreta que o cerca, o conhecimento de seu papel frente a esta realidade, vão dar validade e significação à história do homem. No entanto, o homem nasce dentro de um mundo já interpretado e criado. Este fato propicia certa alienação e despreocupação com a análise e reflexão deste mundo.
Segundo Heloisa Lück (1982), “o homem se torna acrítico, mais receptor que transmissor, mais paciente que agente. É necessário interferir neste contexto. Sendo assim, cabe à educação, estimular e promover a formação da consciência, ou seja, estabelecimento de identidade pessoal do homem e compreensão de seu relacionamento com o mundo. Este processo não pode ser considerado acabado e sim entendido como dinâmico e um constante “dever ser”. Deve despojar-se de preconceitos e subjetividade. “
A autora cita alguns elementos que interferem na formação da consciência:
  • intencionalidade – predisposição do indivíduo de compreender, interpretar e explicar os fatos;
  • capacidade perceptiva – quanto mais adequada e objetiva for a capacidade de percepção, maior será a correspondência da consciência com o fato real;
  • operações mentais – determinam a superioridade, flexibilidade e nível de conscientização;
  • historicidade e temporalidade – estabelecem o espírito da consciência e do ato consciente;
  • julgamento moral – os valores formam parte primordial da consciência que a pessoa elabora de si e do seu mundo.

Mosquera (1978) afirma que “a vida autêntica inicia quando nos negamos a permanecer na alienação e na desumanização e caminhamos rumo a uma vida consciente, autêntica e mais humana. O processo educativo deve ter como função primordial à formação da consciência do indivíduo, entendida como conscientização do homem enquanto homem e não orientado por uma ideologia política. Não se trata de doutrinação, mas sim ensinar a pensar e não, o que pensar. Deve possibilitar ao homem aumento de sua capacidade e liberdade de escolha.”

Conforme as citações acima, o homem tendo uma maior consciência de si torna-se um ser crítico, atuante e transformador do mundo que o cerca sendo importante a observação de tudo o que está ao ser redor.
Algumas vezes a atuação do Orientador Educacional é comprometida pela imagem formada ao longo dos anos. Isto se torna mais sério quando se sabe que a consciência de si não é feita isoladamente, mas através de relações. Por outro lado, o Orientador deve ter o cuidado de não ser o doutrinador, no sentido de determinar a consciência crítica dos alunos.

O sentimento de identidade do homem inicia quando ele concebe o mundo exterior como coisa separada e independente dele, quando começa a tomar consciência de si mesmo, como sujeito de suas ações, quando é capaz de dizer,  EU SOU.
Referindo-se ao papel do Orientador Educacional, Alzira Tenfen da Silva (1981), relaciona, a partir da posição de diversos autores, alguns dos papéis a ele atribuídos, tais como:
  • Especialista – prioridade ao aconselhamento psicopedagógico.
  • Generalista – orientação de grupo, registro de alunos, sessões de aula, aplicação de testes, organização de classes, fichas cumulativas, etc.
  • Monitor – orientação centrada no aluno.
  • Assessor – orientação centrada no contexto.
  • Consultor e assessor – assessoramento de pessoas e pequenos grupos, consultando professores, diretores, pais e outros.
  • Agente de mudança – revisão crítica.
  • Profissional de ajuda – ajuda, assessoramento.
  • Catalizador – o indivíduo realizando seu próprio papel.
  • Conselheiro e guia pessoal do aluno.
  • Agente de informações sobre oportunidades educacionais e ocupacionais.
  • Orientador da vocação do aluno.
  • Mediador entre comunidade escolar e familiar.
  • Membro do grupo profissional.

A identidade do Orientador Educacional como um profissional e o seu posicionamento frente à vida são fatores que caracterizam o desencadeamento do processo de Orientação.
Se toda identificação profissional pressupõe reforço de valoração, supõe-se que o Orientador Educacional vivencie valores pessoais na sua atuação. Crenças, valores, atitudes da pessoa, ao serem associados com elementos comportamentais comuns a uma determinada profissão, delineiam um perfil profissional.

Na medida em que houver maior coerência entre os valores pessoais e expectativas sociais, a identidade profissional é mais consciente. Neste sentido, quanto mais clara e precisa a definição das metas da profissão, mais objetivo e definido será o desempenho deste profissional.

O Orientador Educacional, por sua vez, está confuso. Talvez essa confusão se deva às razões históricas de seu surgimento ou razões funcionais pelo fato de sua classe ser considerada uma subclasse dentro da classe maior do magistério, gerando assim conflitos de papéis.
Dá-se o conflito de papéis quando o Orientador Educacional não consegue realizar o que é de sua competência e realiza atividades incompatíveis com sua formação.

O posicionamento do Orientador Educacional deve incluir uma ética profissional, debatendo questões práticas, capazes de suscitar-lhe operações de pensamento que o desafiam e levam à reflexão e à pesquisa em busca de uma autêntica identidade apoiada em valores significativos.
Diversas experiências auxiliam no levantamento desta hipótese e acredita-se que o espaço existe, basta que os profissionais se disponham realmente. Cabe enfatizar que o desempenho do papel do educador faz com que sua proposta seja, efetivamente, na educação.

Em toda a ação do Orientador Educacional é necessária uma reflexão contínua sobre a realidade que o cerca, possibilitando-lhe um posicionamento profissional mais adequado. Ter sempre presente em suas atividades os princípios que servem de suporte ao processo de orientação, levando-o a uma ação mais consistente e coerente.

O Orientador Educacional, muitas vezes, não tem condições de realizar todas as tarefas que lhes são pertinentes, correndo o risco de tornar-se generalista, ou de esvaziar sua ação, a ponto de torná-la irrelevante na escola.
De acordo com Saviani (1980), “... a especialidade no campo educacional, como toda especialidade, só faz sentido na medida em que a área básica não seja perdida de vista... a especificidade da Orientação Educacional é apenas... a divisão no plano de educação...”.

Orientadores Educacionais são antes de tudo, educadores, e a finalidade de toda e qualquer ação orientadora é educativa.
Se a escola é uma instituição que tem por finalidade ensinar bem à totalidade dos alunos que a procuram, Orientador Educacional têm por função fundamental mobilizar os diferentes saberes dos profissionais que atuam na escola, para que a escola cumpra a sua função: que os alunos aprendam.

Partindo da condição comum de educadores, cada um desempenha tarefas específicas, capacitado pela habilitação específica, cujo sentido é dado pelos fins comuns.
A investigação sobre a realidade vivencial do aluno e sua percepção desta realidade deve ser o ponto de partida e o fio condutor do processo pedagógico.

O Orientador Educacional que, através da investigação sobre a realidade, percebe que no processo de ensino-aprendizagem estão em jogo inúmeras relações, compreende que as relações na escola não são um fim em si mesmo, mas meio para que o aluno aprenda e amplie o seu conhecimento sobre “relações de ajuda”, passando a trabalhar as diferentes relações, que podem influenciar para que o aluno aprenda.

O desenvolvimento de uma concepção crítica de educação comprometida com a realidade social e com sua transformação não prescinde do planejamento. Planejar envolve, em sua base, compreender a realidade em todos os seus desdobramentos, tanto de tempo, quanto de espaço.

Segundo Heloísa Lück  (1991), “Planejar a Orientação Educacional implica delinear o seu sentido, os seus rumos, a sua abrangência e as perspectivas de sua atuação. Vale dizer que esse planejamento envolve antes de tudo, uma visão global sobre a natureza da Educação, da Orientação Educacional e de suas possibilidades de ação”.

Durante a década de 80, o sentido da Educação e da Orientação Educacional foi questionado, a tal ponto que grande parte das obras publicadas na área evidenciaram um resultado muito maior de menosprezo ao papel da escola como agente de Educação e de estabelecimento da anti-orientação educacional do que de explicitar sua natureza e configurar as possibilidades de sua atuação.

Na definição da anti-orientação, o que se observou foi a construção de uma visão negativa e de uma generalizada atitude de desconsideração a tudo quanto o orientador educacional realizava nas escolas e a tudo quanto era definido na literatura a respeito. Assim, as funções da Orientação Educacional passaram a ser condenadas por serem vistas como tecnicistas, simplistas e limitadas em sua visão e alcance.

De fato, as ações da área tinham horizontes limitados e necessitavam de revisão que viesse a dar à Orientação Educacional um sentido diferente, mais comprometido com a escola com um todo e com a realidade social do aluno. Como resultado, a Orientação Educacional ganhou um discurso político para direcionar seu trabalho, mas perdeu a força da ação.
É importante, ter em mente, que de nada valem as boas idéias, se não vierem a revestir ações que as ponham em prática.

A Orientação Educacional tem certas funções (ações) clássicas a serem desempenhadas no contexto pedagógico em que estejam inseridas, funções essas cujo sentido não é estático, mas sim, transforma-se continuamente, em razão da interação múltipla de variados fatores, que ocorre no processo dinâmico da prática social pedagógica.
Funções e Atribuições do Orientador Educacional
Educação Infantil
A Orientação Educacional na Pré-Escola é muito importante no contexto escolar pelo papel que exerce junto à comunidade escolar.
Oportuniza a visão criativa do profissional, na conscientização dos pais no dever de participar ativamente nas atividades escolares.
Desperta nos educadores, pais e professores, a necessidade da observação em todos os momentos da vida da criança.
Sugere programa de ação integrada entre pais, professores, orientadores educacionais que fortaleça a responsabilidade de todos na ação conjunta da educação.

Ensino Fundamental
A Orientação Educacional no Ensino Fundamental tem duas tarefas distintas a executar. São elas: uma correspondente as quatro primeiras séries e a outra, às quatro últimas séries.
As atribuições do Orientador Educacional no Ensino Fundamental são:
•Desenvolver junto ao educando, crianças que, são um trabalho de adaptação dos mesmos no ambiente escolar;
•Desenvolver nos educandos, atitudes de otimismo e admiração com o mundo que os cerca;
•Propiciar atividades que favoreça a socialização, a confiança em si e nos outros, a iniciativa e a criatividade dos educandos;
•Deve dirigir as vistas dos educandos para os horizontes do mundo, para que descubram, com encanto, o próximo, em movimento de distanciamento dos dois centros que são o lar e a escola;
•Habituá-los a viver e a conviver no ambiente escolar para que no mesmo se ajustem e melhor revejam suas potencialidades, a fim de melhor serem atendidos e orientados;
•Observar os educandos quanto às suas peculiaridades de comportamento e temperamento, com a cooperação dos professores;
•Nas últimas quartas séries de Ensino Fundamental, o Orientador deve dedicar-se com mais afinco à exploração e desenvolvimento das aptidões e preferências do educando. Vê-se, então, a necessidade de se intensificar o funcionamento das atividades extras-classes, bem como as oportunidades de visitas, excursões e estágios, para que aptidões e preferências tenham mais oportunidades de se manifestarem e se desenvolverem;
•Revelar profissionalmente, o mundo do trabalho, uma vez que o educando, deva fazer a opção de curso profissionalizante;
•Cuidados que fazem necessários como a educação sexual e a formação moral, pois existe o advento da crise pubertária e o despertar do espírito crítico.

Ensino Médio

O Ensino Médio tem por objetivo proporcionar ao educando a formação necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades com elementos de auto-realização, preparação para o trabalho e o exercício consciente da cidadania.
Preocupa-se em esclarecer quanto à formação profissional, além, da incumbência de melhor orientar o jovem numa formação profissional.
Tem a preocupação de orientar quanto às aptidões, tipos de profissões para os níveis técnicos ou universitários.

As atribuições do Orientador Educacional no Ensino Médio são:
•Realizar serviço integrado com o Serviço de Supervisão Escolar, visando o acompanhamento do rendimento escolar do aluno;
•Participar dos Conselhos de Classe dando aconselhamento psicopedagógico oferecendo e coletando informações;
•Propor atividades que favoreçam as relações interpessoais, aluno x professor e aluno x aluno e demais elementos da escola;
•Participar da elaboração do Plano do SOE e do Plano da Escola;
•Participar do critério para a constituição de turmas;
•Selecionar atividades e desenvolvê-las atendendo as necessidades dos alunos para melhor conhecimento de si e do grupo;
•Participar da compatibilização do Regimento Interno com a Legislação e Diretrizes propostas pelo currículo;
•Participar das atividades de sondagem para a elaboração do diagnóstico da população escolar e da comunidade;
•Participar da avaliação interna da Escola e do Serviço;
•Manter atualizado o dossiê do aluno;
•Assistir ao aluno individualmente ou em grupo em sessões programadas e sistemáticas;
•Programar e coordenar atividades de informação profissional, envolvendo professores, família e comunidade;
•Promover e/ou participar de reuniões e/ou sessões de estudo com professores;
•Manter-se informado sobre as necessidades do mercado de trabalho;
•Participar e acompanhar a execução de projetos e atividades especiais desenvolvidas na escola, oriundos de órgãos superiores;
•Manter-se atualizado em assuntos educacionais.

Aspectos Legais do Orientador Educacional no Contexto Educacional
A Orientação Educacional no Brasil nem sempre aconteceu de forma sistemática na escola. Encontra-se suas raízes na Lei Orgânica do Ensino Industrial de 30 de janeiro de 1942 e no Decreto Lei nº 4244 de 04 de abril de 1942 que estabelece as diretrizes para a Orientação Educacional como função de encaminhar os alunos nos estudos e na escolha da profissão, sempre em entendimento com sua família. Porém, em seu artigo 50, a Orientação Educacional é concebida como um processo de adaptação do sujeito ao meio visando os problemas dos alunos, seus desvios que perturbam a vida da escola.

Com o passar dos anos, o Orientador Educacional continuou a dirigir sua atenção ao aluno “irregular”, tendo que, “corrigir, encaminhar, isto é, adaptar o aluno a rotina da escola, ao invés de dirigir a sua ação ao processo integral de desenvolvimento da atividade educativa. Desta forma, se efetivava as intenções do Decreto Lei nº 4073/42 que reduz as funções da Orientação Educacional às atividades isoladas do contexto da escola, reduzindo-a a um veículo escolar repudiado por alunos e professores.”
Em dezembro de 1968, em Brasília, foi aprovada a Lei nº 5564 que provê sobre o exercício da profissão do Orientador Educacional. A promulgação da Lei em 21 de dezembro de 1968 significou um avanço na definição e profissionalização do Orientador Educacional.

Até a década de 70, em todo nosso país, a Orientação Educacional se apoiou num referencial basicamente psicológico reforçando a ideologia de aptidões.
Com a Lei 5692/71, a Orientação Educacional passa a ser obrigatória no Ensino de 1º e 2º graus, para atender o objetivo de “qualificação para o trabalho” e de “sondagem de aptidões”. O artigo 10 refere-se: “Será instituída obrigatoriedade a Orientação Educacional nas escolas, incluindo Aconselhamento Vocacional, em cooperação com os professores, a família e a comunidade”.

A partir das determinações desta lei, a Orientação Educacional desenvolve a sua prática nas escolas, baseada no autoconhecimento, nas relações pessoais, sondagem de aptidões e interesses, informações sobre as profissões e mercado de trabalho. As técnicas de aconselhamento, entrevistas, aplicação de testes, inventário de interesses, sociogramas, atendimentos a problemas disciplinares pautam a  ação cotidiana do Orientador Educacional.
Portanto, em 26 de setembro de 1973, é assinado o Decreto nº 72.846 regulamentando a Lei nº 5.564, de 21 de dezembro de 1968 que provê sobre o exercício da profissão de Orientador Educacional.

DECRETO Nº 72.826 – DE 26 DE SETEMBRO DE 1973
O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o artigo 81, item III da Constituição, decreta: 
Art. 1º - Constitui o objeto da Orientação Educacional a assistência ao educando, individualmente ou em grupo, no âmbito do ensino de 1º e 2º graus, visando o desenvolvimento integral e harmonioso de sua personalidade, ordenando e integrando os elementos que exercem influência em sua formação e preparando-o para o  exercício das opções básicas.
Art. 2º - O exercício da profissão de Orientador Educacional é privativo:
I – Dos licenciados em Pedagogia, habilitados em Orientação Educacional, possuidores de diplomas expedidos por estabelecimentos de ensino superior oficiais ou reconhecidos.
II – Dos portadores de diplomas ou certificados de Orientador Educacional obtidos em cursos de pós-graduação, ministrados por estabelecimentos oficiais ou reconhecidos, devidamente credenciados pelo Conselho Federal de Educação.
III – Dos diplomados em Orientação Educacional por escolas estrangeiras, cujos títulos sejam revalidados na forma da lei em vigor.
Art. 3º - É assegurado ainda o direito de exercer a profissão de Orientador Educacional:
I – Aos formandos que tenham ingressado no curso antes da vigência da Lei nº 5692/71, na forma do art. 63, da Lei nº 4024, de 20 de setembro de 1961, até a 4ª série do ensino de 1º e 2º graus.
II – Aos formandos que tenham ingressado no curso antes da vigência da Lei nº 5692/71, na forma do art. 64, da Lei 4024, de 20 de setembro de 1961, até a 4ª série do ensino de 1º grau.
Art. 4º - Os profissionais de que tratam os artigos anteriores, somente poderão exercer a profissão após satisfazer os seguintes requisitos:
I – Registro dos diplomas ou certificados no Ministério da Educação e Cultura.
II – Registro profissional no órgão competente do Ministério da Educação e Cultura.
Art. 5º - A profissão de Orientador Educacional, observadas as condições previstas neste regulamento, se exerce, na órbita pública ou privada, por meio de planejamento, coordenação, supervisão, execução, aconselhamento e acompanhamento relativo às atividades de Orientação Educacional, bem como por meio de estudos, pesquisas, análises, pareceres compreendidos no seu campo profissional.
Art. 6º - Os documentos referentes ao campo de ação profissional de que trata o artigo anterior só terão validade quando assinados por Orientador Educacional, devidamente registrado na forma desse regulamento.
Art. 7º - É obrigatório à citação do número de registro de Orientação Educacional em todos os documentos que levam sua assinatura.
Art. 8º - São atribuições privativas do Orientador Educacional:
a) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de Orientação Educacional em nível de:
- Escola
- Comunidade
b) Planejar e coordenar a implantação do Serviço de Orientação Educacional dos órgãos do Serviço Público Federal, Estadual, Municipal e Autárquico; das Sociedades de Economia Mista, Empresas Estatais, Paraestatais e Privadas.
c) Coordenar a orientação vocacional do educando, incorporando-o ao processo educativo global.
d) Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptidões e habilidades do educando.
e) Coordenar o processo de informação profissional e educacional com vistas à orientação vocacional.
f) Sistematizar o processo de intercâmbio das informações necessárias ao conhecimento global do educando.
g) Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos, encaminhando a outros especialistas aqueles que exigirem assistência especial.
h) Coordenar o acompanhamento pós-escolar.
i) Ministrar disciplinas de Teoria e Prática da Orientação Educacional, satisfeitas as exigências da legislação específica de ensino.
j) Supervisionar estágios na área da Orientação Educacional.
k) Emitir pareceres sobre matéria concernente à Orientação Educacional.
Art. 9º - Competem, ainda, ao Orientador Educacional as seguintes atribuições:
a) Participar no processo de identificação das características básicas da comunidade.
b) Participar no processo de caracterização da clientela escolar;
c) Participar no processo de elaboração do currículo pleno da escola;
d) Participar na composição, caracterização e acompanhamento de turmas e grupos;
e) Participar do processo de avaliação e recuperação dos alunos;
f) Participar do processo de encaminhamento e acompanhamento dos alunos estagiários;
g) Participar no processo de integração escola-família-comunidade;
h) Realizar estudos e pesquisas na área da Orientação Educacional.
Art. 10º - No preenchimento de cargos públicos, para os quais se faz mister qualificação de Orientador Educacional, requer-se, como condição essencial, que os candidatos hajam satisfeito, previamente, as exigências da Lei nº 5564, de 21 de dezembro de 1968 e deste regulamento.
Art. 11º - Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
(D.O. U. de 27-9-1973)
A Lei 9394/96 mantém as propostas anteriores”.

Princípios e Objetivos da Orientação EducacionalVer o educando em sua realidade bio-psico-social, com todo o respeito e consideração, a fim de que, a partir dessa realidade, se possa erigir uma personalidade ajustada, segura de si e compreensiva.
Em reforço ao primeiro princípio, respeitar o educando em sua realidade, qualquer que ela seja.
Realizar trabalho de orientação, sem criar dependências, mas orientar para a autoconfiança, independência, autonomia e cooperação.
Em se querendo que o educando seja independente e respeitador, sensibilizá-lo para a necessidade de também respeitar os seus semelhantes.
O trabalho de Orientação exige o maior número possível de informes a respeito do educando, o que deve ser diligenciado por todos os meios.
Assistir todos os educandos, desde os mais aos menos carentes, bem como os que não revelarem carências.
Dar ênfase aos aspectos preventivos do comportamento humano, uma vez que é muito mais fácil evitar um acidente do que se recuperar do mesmo. Este princípio guarda analogia com outro de natureza médica e que diz: “um grama de prevenção vale mais que uma tonelada de curas”. Assim, o ideal será a Orientação Educacional agir, preferencialmente, de maneira profilática do que curativa.
Estabelecer um clima de confiança e respeito mútuo, incentivando a procura espontânea do Serviço de Orientação Educacional, logo que a dificuldade ou uma dúvida surja na vida do educando, antes que a mesma tome vulto e desoriente.
Procurar envolver todas as pessoas com o processo de educação, como diretor, professores, pais, serventes, etc., para que todos cooperem com a Orientação Educacional, no sentido de ajudá-la a melhor ajudar o educando.
A Orientação Educacional deve ter muito cuidado em formular juízos a respeito do educando, não esquecendo que este é um ser em evolução, em marcha para a maturidade e que uma série de fatores pode estar influenciando-o para que ocorra o comportamento anormal que tem apresentado.
A Orientação Educacional deve ser levada a efeito como um processo contínuo e não como ação esporádica dos momentos em que faltarem professores ou que surgirem dificuldades maiores. Deve ser trabalho planejado para todo o ano letivo, sem aquelas características de tapa-buraco.
A Orientação Educacional tem de trabalhar em estreito entendimento com a direção. Jamais em sentido de subserviência ou petulância, mas em sentido de cooperação, compreensão e respeito mútuo.
A Orientação Educacional não deve se envolver em pequenas questões entre educandos e professores. Ocorrências conflitivas de pouca intensidade são, até certo ponto, naturais. Assim, problemas que não ultrapassem certos limites devem ser deixados para que os próprios professores os resolvam.
A Orientação Educacional deve agir, também, como órgão de estudo e de pesquisa de medidas que levem à superação de dificuldades de natureza disciplinar, não devendo, porém nunca, funcionar como “órgão disciplinador”. Deve, sim, agir como órgão que leve todos a tomarem consciência do grave problema da disciplina, que está inutilizando o trabalho de muitas escolas.
Ressaltar que a Orientação Educacional precisa dar muita atenção ao serviço de anotações, que deve ser o mais perfeito possível, a fim de que dados a respeito de um educando estejam sempre a mão e atualizados.

A Orientação Educacional deve estar aberta para a realidade comunitária, a fim de que o seu trabalho esteja articulado com o meio, para melhor ajudar o educando a integrar-se no mesmo.

A Orientação Educacional deve esforçar-se para criar na escola um clima de comunidade e sensibilizar a todos, quanto à necessidade de que cooperem em suas atividades, com entusiasmo, respeito e solidariedade.

A Orientação Educacional não deve esquecer-se de estimular ao máximo a iniciativa do educando, principalmente, através de atividades extraclasse, empenhando-a na realização com verdadeiro engajamento, que ajudará na explicitação de suas virtualidades, na conquista da autoconfiança e na revelação de suas capacidades de liderança.

Objetivos da Orientação Educacional

Orientar o educando em seus estudos, a fim de que os mesmos sejam mais proveitosos.
Como complementação do primeiro objetivo, ensinar a estudar. É impressionante a quantidade de educandos de todos os níveis que se perdem nas obrigações escolares por não saberem estudar, com desperdício de tempo e energia.

Este objetivo é dos mais importantes e cuja efetivação deveria ter início no Ensino Fundamental e continuar por todos os níveis de ensino. Ensinando o educando a estudar em função do nível de ensino que estivesse cursando, pois muitos fracassos escolares são devido ao fato do educando não saber estudar, com desperdício de tempo e esforço, conduzindo, o educando a abandonar os estudos. Assim, é importante, que desde o início da escolaridade intelectual, a Orientação Educacional ensine o educando a estudar, através de sessões destinadas a todos os educandos de uma classe.

Discriminar aptidões e aspirações do educando, a fim de melhor orientá-lo para a sua plena realização.

Auxiliar o educando quanto ao seu autoconhecimento, à sua vida intelectual e à sua vida emocional.

Orientar para o melhor ajustamento na escola, no lar e na vida social em geral. É fundamental a interação entre educando e professor, educando e seus colegas, bem como educando e sua família. É importante, também, que o educando saiba manter um comportamento adequado nas atividades fora da escola e do lar.

Formar o cidadão que alimente dentro de si um sentimento de fraternidade universal, capaz de fazê-lo sentir-se irmão, companheiro e amigo de seu semelhante em todas as circunstâncias da vida.

Trabalhar para a obtenção de um melhor cidadão, por parte do educando, para que este seja um membro integrado, dinâmico e renovador no seio da sociedade. Enfim, desenvolver ação para que se obtenha o cidadão consciente, eficiente e responsável.

Levar a efeito melhor entrosamento entre escola e educando, com benefícios compensadores quanto à disciplina, formação do cidadão e rendimento escolar.
Prestar assistência ao educando nas dificuldades em seus estudos ou relacionamento com professores, colegas, pais ou demais pessoas.

Levar cada educando a explicar e desenvolver suas virtualidades.

Prevenir o educando com relação a possíveis desajustes sociais, que sempre estão eclodindo na sociedade, como fruto de uma dinâmica negativa de desagregação social.

Possibilitar aos professores melhor conhecimento dos educandos, oferecendo, assim, maiores probabilidades de entrosamento positivo entre  ambos e mais adequada ação didática por parte dos professores, a fim de ser obtido maior rendimento escolar.
Sensibilizar, de forma crescente, professores, administradores e demais pessoas que trabalham na escola, para que queiram melhorar suas perspectivas atuações, visando à melhor formação do educando.

Realizar trabalho de aproximação da escola com a comunidade, a fim de proporcionar ao educando maiores oportunidades de conhecimento do meio e desenvolvimento comportamental de cidadão participante.

Favorecer a educação religiosa, com suas perspectivas transcendentais, mas desvinculada do compromisso sócio-ideológico... O bem que a religião infunde pode levar a efeito, na busca da melhoria do funcionamento de qualquer regime, sem apelos ao ódio e destruição.

Trazer a família para cooperar de maneira mais esclarecida, eficiente e positivista na vida do educando.

Proporcionar vivências que sensibilize o educando para os valores que se deseja incorporar no seu comportamento.

Trabalhar para instaurar na escola um ambiente de alegria, satisfação e confiança para que se estabeleça um clima descontraído, evitando os temores, frustrações e humilhações.
Incentivar práticas de higiene física e mental, procurando conscientizar o educando em relação à importância e valor da saúde, que pode ser cuidada e preservada individualmente, educando por educando.

Desenvolver admiração e respeito pela natureza, evitando depredá-la em quaisquer de seus aspectos: paisagem, fauna e flora.

Desenvolver atividades de lazer, podendo, algumas delas, em caso de necessidade, transformar-se em atividades profissionais. Neste particular, orientar o emprego adequado e higiênico de horas de folga.

Trabalhar para uma adequada formação moral do educando, imbuindo-o de valores éticos necessários para uma vida digna, humana e coerente, em que o respeito ao próximo deve ser o motivo principal.

Favorecer a educação social e cívica do educando, sensibilizando-o para a cooperação social e deveres comunitários. Neste particular, incentivá-lo para a melhoria da estrutura e funcionamento da vida social, sem a marca de destruição, alertando-o, pois em relação a certos movimentos de fundo comunitário que pregam, em nome do bem, o ódio, a morte, a violência e a destruição.
Comparação das Teorias de Desenvolvimento
Segundo a teoria de Piaget os quatro principais estágios de desenvolvimento humano são: sensório-motor – até aos dezoito meses, pré-operacional – dos dezoito meses aos sete anos, operações concretas – sete anos à adolescência e as operações abstratas – adolescência.

Na fase das operações concretas é a aplicação de princípios lógicos básicos ao domínio das experiências e eventos concretos não permitindo a interferência de suas percepções. Seus processos lógicos de pensamento organizam-se gradualmente numa rede cada vez mais complexa e integrada através da qual confronta e responde sistematicamente ao mundo que o cerca.

Em relação às operações formais o grande progresso que caracteriza o pensamento do adolescente e tem seu início aproximadamente aos 11-12 anos, mas provavelmente não alcance seu ponto de equilíbrio antes dos 14-15 anos consiste na possibilidade de manipular idéias em si mesmas, não mais em manipular simplesmente objetos.
A partir deste momento o jovem adolescente pode utilizar hipóteses, experimentar, fazer deduções e raciocinar do particular para o geral.

A diferença entre a fase de operações formais e a fase de operações concretas é que, na última as afirmações sobre o ambiente são baseadas nas relações entre objetos ou classes de objetos, enquanto na primeira o adolescente pode chegar a novas possibilidades através da combinação do previamente conhecido com o que é concluído.
Lewis atribui alguns aspectos importantes para o desenvolvimento da criança em idade escolar que são: maturação, lateralidade, desenvolvimento da personalidade, latência, relacionamento com os companheiros, preparação social, desenvolvimento cognitivo, etc.

Segundo Lewis “Algo acontece nitidamente no desenvolvimento da criança entre os seis e os onze anos de idade que sugere que tanto alguns aspectos quantitativos como qualitativos se consolidaram. Partes do desenvolvimento anterior parecem organizar-se quase subitamente passando a funcionar de modo fluente e integrado. A criança não só aprendem novas habilidades motoras – por exemplo, andar de bicicleta – como, em algum momento, talvez em torno dos nove anos, exerce-as muito à vontade: habilidade “estalou”, tornou-se automática e estabelecida, uma ação não deliberada sem exigir qualquer espaço ou concentração. A função da linguagem, da mesma forma, desenvolve-se melhor, e a criança torna-se mais capaz de pensar abstratamente. E, além disso, maturações fisiológicas são alcançadas nesta época.”

No que se refere ao desenvolvimento da personalidade tem-se como característica da criança em idade escolar, a capacidade para o pensamento, memória, fala e conceptualização é muito maior, é nesse estágio que certos conceitos de inevitabilidade se tornam estabelecidos
As manifestações comportamentais ocorridas durante o período de latência são alterações psicossexuais e psicossociais são modificadas por fatores culturais.

No período das relações com os companheiros, nos anos escolares, as amizades são estabelecidas, caracteristicamente com pessoas do mesmo sexo.
Com relação ao desenvolvimento social, a criança também se conscientiza, nesse momento, de que existe hora para o brinquedo e hora para o que vai sendo, progressivamente, chamado de trabalho.
Considerações FinaisEducar é, antes de tudo, um ato de interioridade. É inclinar o homem para que leia dentro de si. É um apelo ao desabrochar do ser.
Educar significa realizar o homem em sua natureza autêntica, na integridade de suas verdadeiras possibilidade, em seu destino e plano de vida. O homem é pessoa e deve ser conduzido com toda a dignidade de pessoa, sem enxertos de outras que querem impor e fazer valer a sua pessoa no outro, distorcendo-o e despersonalizando-o. Educar é um processo individual e social de transformação perene das capacidades em habilidades, da ignorância ao conhecimento, dos impulsos aos ideais, do não ser ao ser atual.

Embora se possa saber como, quando e onde intervir e que essa intervenção produz mudanças, sabe-se também que tais mudanças não dependem apenas das ações pedagógicas. As atitudes dos jovens não dependem unicamente da ação da escola, mas tem intrincadas implicações de natureza tanto psicológica quanto social, nas relações de vida familiar e comunitária.

A grande tarefa da educação é recriar novos valores sublimes que mobilizem o homem a redefinir-se mais profundamente, a levar o homem a reencontrar-se em sua identidade autêntica como ser mais dimensionado. Todas as dimensões humanas são essencialmente convergentes e unificadoras.

Nos valores nobres do homem se encontra primeiramente a si mesmo, em sua profunda interioridade e dignidade. Depois, irradia-se circularmente na comunhão com o outro, seu próximo, por um humanismo plenificador e, por fim, transcende verticalmente para o sumo bem, único fundamento perene de todos os valores, direitos e deveres, plenitude e felicidade.
Ainda que vivendo num universo de transformação, em que apenas a lei da mudança parece não mudar, acreditei convictamente na capacidade de cada um em construir-se e reestruturar-se neste seu processo normal de criatividade.
Somos uma mina inexaurível de plenitudes, uma fonte de necessidades em busca do desabrochamento total de nossa humanidade.
Encontrar-se com a própria identidade e aceitar-se no que se é, a fim de tornar-se no que se pode e deve ser, na autenticidade da própria natureza, sempre será o princípio fundamental de partida de nossa formação e realização global.
BIBLIOGRAFIA
ALVES, Nilda, GARCIA, Regina L. O fazer e o pensar dos supervisores e orientadores educacionais. São Paulo : Edições Loyola, 1991.
CASTILLO, Gerardo. Educar para a amizade : um manual para pais e professores. São Paulo : Quadrante, 1999.
CÓDIGO de Ética dos Orientadores Educacionais do Brasil.
CONSTITUINTE Escolar. Princípios e Diretrizes do Estado do Rio Grande do Sul, 1999.
CHIAPPIN, Achylles. Formação da personalidade. 2. ed. Porto Alegre : Escola Superior de Teologia. Sulina, 1976.
DECRETO nº 72.846 de 26 de setembro de 1973.
ERIKSON, Erik. O ciclo de vida completo. Porto Alegre : Artes Médicas, 1998.
FADEL, Beatriz M. e outros. Orientação educacional em questão. 2. ed. Porto Alegre : Movimento, 1986.
MAIA, Eny M., GARCIA, Regina L. Uma orientação educacional nova para uma nova escola. 5 ed. São Paulo : Loyola, 1984.
MINICUCCI, Agostinho. Orientação educacional: sondagem de aptidões e iniciação profissional. São Paulo : Cortez & Moraes, 1976.
LEI de Diretrizes e Bases da Educação. Lei 9394/96.
LEWIS, Melvin, WOLKMAN, Fred. Aspectos clínicos do desenvolvimento na infância e adolescência. 3. ed. Porto Alegre : Artes Médicas, 1993.
LÜCK, Heloisa. Planejamento em orientação educacional. 6. ed. Petrópolis : Vozes, 1992.
PARÂMETROS Curriculares Nacionais. Brasília: MEC, 1997.
PROSPECTIVA: Revista de Orientação Educacional. AOERGS, Porto Alegre, n. 25, dez. 1999.
SAVIANI, Dermeval. Educação: do sendo comum à consciência filosófica. São Paulo : Cortez, 1980.
THUMS, Jorge. Acesso à realidade: técnicas de pesquisas e construção do conhecimento. Porto Alegre : Sulina : Ulbra, 2000.
WADSWORTH, Barry J. Inteligência e afetividade da criança na teoria de Piaget. 5. ed. Revisada  São Paulo : Pioneira, 1996.LEWIS, Melvin, WOLKMAN, Fred. Aspectos clínicos do desenvolvimento na infância e adolescência. 3. ed. Porto Alegre : Artes Médicas, 1993.

Orientador Educacional: o mediador da escola



Orientador Educacional: o mediador da escola
Elo entre educadores, pais e estudantes, esse profissional atua para administrar diferentes pontos de vista
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Antes tido como o responsável por encaminhar os estudantes considerados "problema" a psicólogos, o orientador educacional ganhou uma nova função, perdeu o antigo e pejorativo rótulo de delegado e hoje trabalha para intermediar os conflitos escolares e ajudar os professores a lidar com alunos com dificuldade de aprendizagem.
Regulamentado por decreto federal, o cargo é desempenhado por um pedagogo especializado (nas redes públicas, sua presença é obrigatória de acordo com leis municipais e estaduais). Enquanto o coordenador pedagógico garante o cumprimento do planejamento e dá suporte formativo aos educadores, ele faz a ponte entre estudantes, docentes e pais.

Para ter sucesso, precisa construir uma relação de confiança que permita administrar os diferentes pontos de vista, ter a habilidade de negociar e prever ações. Do contrário, passa a se dedicar aos incêndios diários. "Garantir a integração dos atores educacionais e avaliar o processo evita a dispersão", explica Sônia Aidar, titular do posto na Escola Projeto Vida, em São Paulo.

É também seu papel manter reuniões semanais com as classes para mapear problemas, dar suporte a crianças com questões de relacionamento e estabelecer uma parceria com as famílias, quando há a desconfiança de que a dificuldade esteja em casa. "Antes, o cargo tinha mais um enfoque clínico. A rotina era ser o responsável por encaminhar alunos a especialistas, como médicos, fonoaudiólogos etc.", explica Sônia.

Recentemente, o orientador passou a atuar de forma a atender os estudantes levando em conta que eles estão inseridos em um contexto social, o que influencia o processo de aprendizagem. "Essa mudança tem a ver com a influência de teóricos construtivistas, como Jean Piaget (1896-1980), Lev Vygostky (1896-1934) e Henri Wallon (1879-1962), nos projetos pedagógicos das escolas, cada vez mais pautados pela psicologia do desenvolvimento - o estudo científico das mudanças de comportamento relacionadas à idade durante a vida de uma pessoa."

Em algumas redes, como em Guarulhos, na Grande São Paulo, essa ajuda vem de fora. A organização não-governamental Lugar de Vida, por exemplo, foi contratada pela prefeitura para prestar o serviço de orientação. O programa foi pensado para que a equipe da escola tenha encontros quinzenais, de duas horas cada um, com o pessoal da entidade para falar sobre dificuldades diversas.

As primeiras reuniões geralmente se iniciavam com um longo silêncio, mas terminavam com os participantes contando experiências muitas vezes traumáticas. "Percebi logo que não se costuma falar sobre esses problemas. Os docentes têm dificuldade em compartilhá-los com seus pares e, com isso, acabam por não resolvê-los", conta Fernando Colli, psicanalista e coordenador da Lugar de Vida.

Quando essa dinâmica está incorporada à unidade de ensino, o trabalho flui de forma mais contínua. Para mostrar como isso funciona, ouvimos três orientadores com perfis distintos. Todos foram convidados a narrar seu dia-a-dia em textos em primeira pessoa - você confere o resultado abaixo.

Maria Eugênia de Toledo, da Escola Projeto Vida, fala sobre como é lidar diretamente com crianças e jovens. O relato de Lidnei Ventura, da EBM Brigadeiro Eduardo Gomes, em Florianópolis, é um bom exemplo da rotina de quem trabalha lado a lado com os professores. E Suzana Moreira Pacheco, titular do posto na EMEF Professor Gilberto Jorge Gonçalves da Silva, em Porto Alegre, conta como é ser o elo com a comunidade.

Convívio e parceria com os estudantes

Foto: Rodrigo Erib
"Meu nome é Maria Eugênia Toledo e, desde 2002, sou orientadora responsável por sete turmas do 6º e do 7º ano da Escola Projeto Vida, em São Paulo. A demanda de acompanhamento dos jovens é grande. O desafio é não descuidar do coletivo, ao mesmo tempo que desenvolvemos uma série de intervenções individuais.

Recentemente, precisei sentar e conversar com um aluno que fez uma coisa errada. Os professores reclamavam que ele dava trabalho e provocava os colegas. Em nossa conversa, ele chorou muito e desabafou: ninguém enxergava suas qualidades. Eu disse: 'Você tem de mostrar seu lado bom. É sua meta. Combinado?' Ele respondeu que sim. Estávamos de acordo. Uma semana depois, a escola promoveu um passeio à exposição
Diálogos no Escuro (ambiente em que se simula o cotidiano dos deficientes visuais), na cidade de Campinas, a 98 quilômetros de São Paulo. Esse estudante foi. Para minha surpresa, quando estávamos no escuro para conversar com os guias cegos, ele fez as melhores perguntas. Queria saber se os guias eram vaidosos, como era o dia-a-dia deles etc. No fim do programa, um deles perguntou o nome do aluno e disse: 'Eu enxergo muitas coisas boas em você'. A reação do estudante foi incrível. Ele me disse, comovido: 'Puxa, o cara não enxerga, mas viu minhas qualidades'. Essas situações trazem um efeito positivo para toda a vida da pessoa.

Para fazer parte do convívio dos estudantes, chego meia hora antes do início das aulas, às 7 da manhã. Acho que o orientador não pode atuar só em classe, por isso acompanho a circulação no pátio, nos intervalos e nas atividades de grupo fora de sala. Estou sempre circulando entre eles.

Além disso, temos um encontro semanal com cada uma das turmas. Funciona como se fosse uma aula dentro da grade curricular, mas tem uma especificidade de temas. Por exemplo, do 6º ao 9º, eles passam pelo Projeto Vida e Saúde, no qual discutimos questões como alimentação, drogas, sexualidade, mídia e relação com o corpo.

No 7º ano, trabalhamos a entrada na adolescência. Nesses encontros, elaboramos cartazes com três colunas (eu critico, eu solicito, eu quero discutir) em que os estudantes, de forma anônima, colocam os fatos - sempre os fatos. Então, conversamos sobre cada assunto por categoria (respeito entre eles, uso inadequado do espaço etc.). As soluções vêm do grupo.

Todos pensam sobre como têm administrado os próprios conflitos. Incentivamos a formação de uma pessoa crítica, sempre em conjunto com o professor e a família."

Ponte entre a turma e os professores
Foto: Danisio Silva/Tempo Editorial
Foto: Danisio Silva/Tempo Editorial
"Sou Lidnei Ventura, orientador da EBM Brigadeiro Eduardo Gomes. Aqui, na rede pública de Florianópolis, a portaria nº 6 de 2006 estabelece uma proporção entre os orientadores educacionais e o número de alunos por escola. Muitas vezes, como no meu caso atualmente, esses profissionais acumulam a função com a coordenação pedagógica.

Moderamos as relações na unidade de ensino, verificando problemas e buscando soluções conjuntas. Tudo isso sem perder de vista o desenvolvimento cognitivo dos estudantes. Por isso mesmo, nosso contato com os professores tem de ser muito próximo.

Como temos 750 alunos na unidade, a demanda é bem grande. Recebo diversos tipos de situação, como casos de indisciplina, dificuldade de aprendizagem e baixa frequência. Às vezes, observo um descompasso entre o docente e a história das famílias. Nesses casos, cabe a mim fazer a ponte.

No ano passado, por exemplo, os educadores vieram me avisar, preocupados, sobre um aluno que estava vivenciando a separação dos pais: 'Lidnei, ele parou de vir à escola'. Acontece. A criança fica perdida nessa hora. Não está pronta para passar por aquilo e pode até desistir dos estudos por causa disso.

Eu e os professores nos juntamos para estimular o estudante a voltar para as aulas - afinal, estávamos perto do fim do ano escolar. Ligamos para os pais, pedindo que eles continuassem a trazê-lo. Conversamos individualmente com os amigos mais chegados ao rapaz para que eles pudessem de alguma forma ajudar. Queríamos, além de tudo, incentivar a solidariedade entre eles.

O resultado foi incrível. Pouco a pouco, o aluno foi voltando à escola. Se não fossem os educadores atuantes, fazendo essa ponte com a orientação, perderíamos o jovem. E ele ficaria atrasado nos estudos.

Toda essa interação com os professores é feita no dia-a-dia ou durante as reuniões pedagógicas trimestrais e de planejamento (mensais), quando discutimos também as temáticas que têm a ver com o cotidiano educacional na escola, sempre buscando ajudar o docente a encontrar o melhor caminho para o aluno.

Do 1º ao 5º ano, o professor é quem passa para o orientador as informações sobre os alunos, já que é possível manter um contato mais individualizado com a turma. Do 6º ano em diante, existe uma dificuldade maior. Até o docente conseguir identificar os problemas de aprendizagem, leva tempo. Por isso, preciso ajudá-lo, contando a história de cada aluno, as dificuldades ou habilidades, quem é a família e quem devemos chamar à escola em caso de complicações. São dados que levanto em conversas que tenho com cada jovem em outros momentos.

Outra questão é que acredito ser fundamental o contato dos professores com os pais. Nossa unidade não é uma ilha. É preciso discutir em conjunto o desenvolvimento das crianças. Com esse objetivo, programamos alguns eventos de interação - previstos para esse ano. Queremos chamá-los para alguns ciclos de palestras sobre as problemáticas da adolescência. É o nosso desafio em 2009: desenvolver projetos que tragam a comunidade para dentro do espaço da unidade de ensino de forma planejada e produtiva."

Os pais como aliados no ensino dos filhos





Foto: Tamires Kopp/Print Maker
"A EMEF Professor Gilberto Jorge Gonçalves da Silva, em Porto Alegre, foi uma conquista da comunidade do Morro Alto - que se mobilizou pela construção da escola junto à prefeitura. Por isso, o entorno está muito presente em nosso dia-a-dia. Tudo isso representa uma satisfação para mim, Suzana Moreira Pacheco, orientadora da unidade.

Como forma de perpetuar essa relação, sempre busco prestar apoio ao professor, ao estudante e à família. Junto aos pais, particularmente, promovo entrevistas e acolhimento de alunos que estejam chegando. Participamos ainda de fóruns ligados à proteção da criança e do adolescente e realizamos grupos de reflexão com a comunidade.

Tenho muitos casos interessantes que mostram o sucesso do trabalho. Um deles é o de uma família bastante carente que chegou à comunidade. Eles viviam em situação muito precária, num ambiente de dois cômodos com cinco filhos, uma matriculada em nossa unidade. Além disso, a mãe, Lusia Flores Machado (que aparece comigo na foto), nem sempre se entendia com a gente.

Em poucos dias, a aluna começou a faltar. Não pensei duas vezes: fui até a casa da família buscá-la. Às vezes, chegava e eles me diziam: 'Ela se atrasou hoje...' Eu respondia que não tinha importância. Esperava que eles a aprontassem e levava a menina para a aula, mesmo atrasada. Cansei de ir buscar essa aluna em sua residência.

Depois, o problema virou o material escolar. Vira e mexe, ela chegava sem nada para anotar. O fato é que todas as pessoas da família utilizavam o caderno. Ela, com 7 anos, não conseguia se organizar naquele espaço. Cheguei a sugerir que ela guardasse as coisas em uma caixa. Aos poucos, consegui pontuar com a família a importância de cuidar do material.

Ao mesmo tempo, acionei um trabalho em rede com outras instâncias, como o posto de saúde e a assistência social. Consegui que a família participasse de um programa de auxílio do governo. Isso para que eles tivessem uma estrutura mínima para que as crianças pudessem frequentar a escola.

Recentemente, essa mãe me procurou, avisando que tinha conseguido um trabalho e que não conseguiria mais levar um dos filhos, um aluno com deficiência, ao serviço da prefeitura para a educação inclusiva. Para ela, a prioridade era colocar dinheiro em casa, mas juntas encontramos uma alternativa, conciliando os dias da semana e os horários do serviço com o novo emprego. Nesse caso, ela fez tudo o que podia. Cabe ao orientador, dentro dos seus limites e com cuidado, ajudar a pessoa a enxergar a saída e acionar os recursos disponíveis."

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Sugestões práticas para orientação pedagógica .

O Orientador Pedagógico é responsável pela aprendizagem dos alunos, isto é, pela verificação da mudança de comportamento desejável a uma vida realizadora, em relação ao conteúdo ensinado em cada área de ensino. Então:
  1. O Orientador Pedagógico deve empenhar-se na sua atividade para que o ensino tenha uma direção orientada para a o desenvolvimento da vida pessoal, familiar e para o trabalho, preparando concretamente os alunos para um frutuoso futuro pessoal e profissional.
  2. Propor um sistema de ensino adequado aos objetivos educativos de formação de uma personalidade equilibrada e acompanhar o desempenho junto a cada professor e aos alunos, através dos resultados das mudanças de comportamento por aprendizagem.
  3. Realizar antes do ano letivo, reuniões de Planejamento do ensino como também da Orientação Pedagógica necessária a cada área do ensino esclarecendo aos professores a respeito da verdadeira mudança de comportamento por aprendizagem esperada dos alunos, em relação ao conteúdo que é ensinado.
  4. Promover atualização pedagógica e didática dos professores em sentido geral e específico de cada área de ensino ajudando-os a conseguirem mudanças de comportamento por aprendizagem.
  5. Realizar reuniões pedagógicas com a assiduidade necessária com atividades que proporcionem sempre mais união e amizade entre os professores.
  6. Promover o entrosamento dos professores e alunos com os trabalhos administrativos e serviços gerais da escola.
  7. Acompanhar de perto a estrutura e o funcionamento eficiente da biblioteca e estimular a frequência dos alunos nela.
  8. Manter cada área de ensino suficientemente provida de material didático, tanto as áreas teóricas como as indispensáveis e necessárias áreas práticas de atividades religiosas, artísticas e físicas que promovem o equilíbrio da personalidade.
  9. Vigiar para que as áreas de ensino estejam sempre integradas entre si e que as avaliações sejam honestas em relação ao progresso de cada aluno em relação a si mesmo, com o objetivo de prepara-lo para a vida real e aprender a vencer-se sempre e não a se comparar com os outros.
  10. Realizar Reuniões Festivas para os pais e familiares a cada encerramento periódico do ensino, apresentando e exibindo os resultados concretos da aprendizagem alcançada.




Caroline da Silva Simões 

Atribuições do Orientador Educacional

Simplificando as atribuições de um Orientador Educacional na unidade escolar :
Tem sua atenção centrada no aluno,contribuindo para o desenvolvimento deste.
Contribui para que a unidade escolar se organize e realize assim as propostas pedagógicas .
Atua em parceria com o professor para que este compreenda o comportamento doa alunos e posso agir de forma adequada .
Enfim ouve,dialoga,compartilha e dá orientações.
 Marcelly moura Amorim

 

Orientação pedagógica.

O Orientador Pedagógico ou Coordenador Pedagógico tem a função de articular com a escola, família, comunidade e alunos, visando assim um melhor ensino com mais qualidade. A interação da família e da comunidade na escola é de suma importância, pois viabiliza um espaço democrático e abre portas para uma parceria  buscando sempre trazer um ensino significativo para os alunos. Com essa parceria a escola passa a conhecer melhor os alunos e suas respectivas dificuldades, fica mais fácil visualizar os problemas e se chegar a soluções cabíveis.

O vídeo a seguir demonstra  como o Coordenador Pedagógico desenvolve o seu trabalho buscando essa parceria:



Vídeo retirado de: http://www.youtube.com/watch?v=CIk0AW67h-0

Michelle Gonçalves Costa.

A atuação da direção, coordenador Pedagógico e Supervisor de Ensino em conjunto.


Como atua o trio gestor

Saiba como três redes de ensino se estruturaram para garantir o perfeito encaixe do trabalho de supervisores, diretores escolares e coordenadores pedagógicos

Ilustração: Cássio Bitencourt
Fazer uma escola atingir bons resultados na aprendizagem dos estudantes e oferecer uma Educação de qualidade é uma responsabilidade complexa demais para ficar na mão de apenas uma pessoa. Por muito tempo, somente o professor foi responsabilizado por isso. Porém a sociedade foi percebendo que o profissional da sala de aula, sem a formação adequada e o apoio institucional, não é capaz de atingir sozinho os objetivos educacionais almejados. Dos anos 1970 para cá, uma série de pesquisas, realizadas principalmente nos Estados Unidos e na Inglaterra, apontou que a atuação de outros atores também influencia no desempenho dos alunos. Entre eles, está a dos profissionais que compõem a equipe gestora da escola. São eles:

- o diretor, responsável legal, judicial e pedagógico pela instituição e o líder que garante o funcionamento da escola;

- o coordenador pedagógico, profissional que responde pela formação dos professores; e

- o supervisor de ensino, representante da secretaria de Educação que dá apoio técnico, administrativo e pedagógico às escolas, garante a formação de gestores e coordenadores e dinamiza a implantação de políticas públicas.

Como as diversas partes de um jogo de encaixe, essas funções se articulam formando um bloco coeso para garantir o sucesso da aprendizagem. A denominação dos cargos varia de acordo com a rede e eles podem ser exercidos por uma ou mais pessoas. "A gestão da Educação exige planejamento, estabelecimento de metas, manutenção de recursos e avaliação. Se essas bases não são estruturadas em comum, em especial por esse trio gestor, nunca existirá de fato uma rede de ensino", afirma Cybele Amado, diretora do Instituto Chapada, que dá consultoria educacional a 26 municípios da chapada Diamantina, no interior da Bahia.
Rede com foco e formação permanente

Um trabalho em conjunto bem realizado leva a escola a bons resultados. A pesquisa Práticas Comuns à Gestão Escolar Eficaz, realizada pela Fundação Victor Civita no ano passado, comparou as iniciativas de gestão de escolas com desempenhos similares na Prova Brasil e concluiu: as que têm mais proximidade com a Secretaria de Educação se saem melhor na avaliação. O relacionamento é tão mais estreito quanto melhor e mais efetiva for a atuação do supervisor nas diversas unidades de ensino. Entre os diversos papéis que ele desempenha, os mais estratégicos são monitorar a implantação e a continuidade de políticas públicas, evitando que a rede perca o foco, acompanhar e apoiar o desenvolvimento do projeto político pedagógico das escolas e fazer a formação de diretores e coordenadores pedagógicos.

É preciso ressaltar que muitas redes ainda não têm uma estrutura que permita a integração do trio gestor. Noutras, mesmo com a existência das funções, não há uma cultura de colaboração. "Muitas vezes, existe um embate entre os profissionais e o trabalho simplesmente não sai: o diretor acha que o supervisor não sabe o que ocorre dentro da escola e rejeita orientação, mas, ao mesmo tempo, demanda providências da Secretaria para fazer uma boa gestão", conta Helenice Maria Sbrogio Muramoto, professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e doutora pela Universidade de São Paulo com a tese Ressignificando a Supervisão Escolar.

É quando o jogo de encaixe fica com as peças embaralhadas e desconectadas. De fato, é muito comum ouvir gestores se queixando de que os supervisores vão às escolas somente para fiscalizar e dar ordens. Estes, por sua vez, reclamam que aqueles não sabem administrar e os coordenadores pedagógicos não formam os professores - e por isso alguns assumem essa função diretamente, deixando os coordenadores à margem do processo. Sentindo-se excluídos, esses últimos alegam que os supervisores não têm os conhecimentos didáticos necessários para orientar a equipe docente. Enfim, "picuinhas" que não levam a lugar nenhum e podem ser superadas quando a Secretaria oferece condições para o trabalho em conjunto e cria uma rotina de cooperação e responsabilização pelos resultados do ensino.

Nesta reportagem, vamos mostrar o papel de cada um dos elementos do trio gestor e como três redes de ensino de dimensões e problemas distintos montaram seus organogramas para garantir um trabalho conjunto eficiente.
A função de cada um e o trabalho em conjunto

diretor é o gestor escolar por excelência, aquele que lidera, gerencia e articula o trabalho de professores e funcionários em função de uma meta: a aprendizagem de todos os alunos. É ele quem responde legal e judicialmente pela escola e pedagogicamente por seus resultados - essa última atribuição, a mais importante, é às vezes esquecida.

Já o coordenador pedagógico deve ser o especialista nas diversas didáticas e o parceiro mais experiente do professor. É ele quem responde por esse trabalho junto ao diretor, formando assim uma relação de parceria - e cumplicidade - para transformar a escola num espaço de aprendizagem. O que ocorre em muitos casos é que, sem formação adequada, ele acaba assumindo funções administrativas - e a formação permanente fica em segundo plano ou desaparece.

supervisor, terceira peça do trio gestor, é o funcionário destacado pela Secretaria de Educação, geralmente um educador, para dar apoio às escolas e fazer a interface do Executivo com elas. As redes mais bem estruturadas dispõem de uma equipe de supervisores que divide responsabilidades e se articula para fazer a orientação dos diretores e apoiá-los nas questões do dia a dia, formar os coordenadores pedagógicos e os professores e garantir a implementação das políticas públicas, que são as orientações oficiais que dão unidade à rede. Beatriz Gouveia, coordenadora do Programa Além das Letras, do Instituto Avisa Lá, em São Paulo, que também faz formação de educadores, afirma que esses técnicos da Secretaria devem ser os grandes parceiros da equipe escolar: "Com a experiência que têm, eles podem garantir as condições para que todas as escolas tenham um bom desempenho".




Texto retirado de: http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/diretor/como-atua-trio-gestor-diretor-escolar-supervisor-ensino-supervisao-coordenacao-pedagogica-coordenador-532548.shtml




Michelle Gonçalves Costa.

Função do Orientador Educacional

A função do Orientador Educacional é prestar assistência ao aluno durante o processo de aprendizado na escola que frequenta  visando ao seu encaminhamento vocacional.
Com parceria com o Coordenador Pedagógico e à direção da escola, o orientador emprega métodos pedagógicos e de psicologia no seu dia-a-dia e deve ter formação superior em Pedagogia.

O profissional atua, principalmente na área educacional nos aspectos sociais, individuais e profissionais, devendo verificar suas aptidões, habilidades, qualidades e identificar suas deficiências.
O aluno é um ser global, não segmentado.
Ele não estará bem na sala de aula se não estiver bem emocionalmente.
A função dos orientadores é buscar o equilíbrio entre a razão e sentimento do aluno.
A escola muito além de formar seres humanos competentes e com habilidades profissionais, também tem o dever de despertá-los para a autonomia, para os valores morais e cristãos.


postado :Vania Freitas da Silva